sábado, 19 de dezembro de 2009

Balanço



Aos poucos 2009 vai dando sinais de partida, vai tirando as roupas do varal e colocando uma a uma na mala, ele cumpriu sua meta: um ano cheio de acontecimentos, mudanças, coisas importantes que marcaram o mundo.
E 2010 está esquentando as mãozinhas para entrar em campo, cheio de promessas para ser grande e bom, de histórias para contar, quase como um campeonato, ele vai tentar ser melhor que 2009.

Neste período é normal fazermos um balanço do ano que passou, de quem fomos, do quanto mudamos e começarmos a esboçar planos do que queremos em 2010, pensar nas realizações que este novo ano vai nos proporcionar é um desafio. Afinal acabamos de receber uma folha totalmente em branco e precisamos preenchê-la, caberá a nós decidir se vamos colorir, deixar em tons de cinza ou simplesmente se ela continuará branca do jeito que nos foi entregue.

Mas tem algo que não muda e a carga vai ser sempre nossa, decidir é algo que fazemos todos os dias e um simples "sim" ou "não", palavras tão curtas, sonoras e opostas podem nos aproximar ou afastar completamente de uma realidade. Seria tão mais fácil se tivéssemos uma máquina onde pudéssemos ver um trailler de cada "sim" e "não" que pensássemos em dar. Mas desta forma a magia do aprendizado não existiria, a vida seria tão mecânica, as pessoas certamente só iriam fazer o que lhes fosse mais fácil, menos doloroso e assim, seriam menos profundas e peculiares.

A graça da vida é essa, são os "sins" e "nãos" de cada dia, sejam eles fáceis ou difíceis, que nos apontam os caminhos. A escolha de um restaurante italiano faz com que o japonês seja excluído, a escolha de uma roupa deixa a outra no armário, a escolha de um emprego anula a outra proposta, um sonho adia o outro e a escolha de alguém acontece da mesma maneira. Muitas vezes encaramos as "aparições" de determinadas pessoas como algo inexplicável, simplesmente não as deciframos, noutras nem precisamos entender o motivo. Mas nada é por acaso: grupos se formam, casais apaixonam-se, amigos se fazem e se reconhecem, as pessoas sempre deixam marcas, por menores que sejam. Podemos passar um bom tempo sem nos lembrarmos de alguém, mas algum dia, por alguma coisa específica que só aquela pessoa saberia fazer, vamos lembrar e sorrir. Outras são tão presentes que nem é preciso entender o motivo de estarem próximas, mas independente do grau de profundidade das relações é bom saber que tem gente perto, diferente e igual, pessoas que nos ensinam e modificam a cada contato. E é por nós e por elas que tentamos ser melhores, que desejamos tudo de bom, é nelas que pensamos na virada de cada ano, criando uma corrente de boas vibrações para o outro que está chegando.

Em 2009 pensei em muita gente, assim como tantas outras pensaram em mim, uns foram recíprocos, outros não, mas sempre terão aquelas pessoas que vão ser lembradas sempre.
E aí está a graça e a mágica de tudo, nunca vamos conhecer o outro lado das nossas decisões, ninguém vai poder resolver nossos problemas e escrever a nossa história por nós mesmos, mas podem nos apoiar, estar do lado, segurar a mão e nos ajudar a caminhar quando a estrada for árdua, mas quando for feliz, por favor, que o espumante esteja gelado. É por isso que escolhemos as pessoas, para compartilhar a estrada, afinal de contas é muito ruim viajar sozinho.
A vida é assim: muitas vezes um dia feio e nublado, mas em outras aquele sol maravilhoso que aquece a alma e é por isso que vale a pena, a esperança do sol entre as nuvens é que transforma tudo.

Meus desejos são os mesmos de sempre, para mim e para os outros: quero poder sonhar, errar, aprender, rir, chorar, pensar, ler, quero verdade, olho no olho, abraços, beijos, mãos, ombros e mais tudo o que tiver direito. Quero amar, amar muito, tudo e todas as coisas. Aprendi que Natal é época de acreditar, de refletir e de sonhar sempre, pois é de graça e nunca acaba. Vamos valorizar o que é de verdade, estreitar os laços do coração (mesmo com as distâncias geográficas), ser útil (garanto que faz bem). Desejo para cada pessoa o mesmo que no ano passado e em dobro, dessa vez com ainda mais intensidade. Desejo uma listinha não só com os sonhos, mas com tudo o que já foi realizado, muitas vezes a felicidade se releva através da consciência do que se tem.
Desejo muito esta felicidade, seja ela arrebatadora e completa ou suave e completa do mesmo jeito. Desejo sorrisos sinceros, amigos perto, família mais perto ainda, amor, muito amor, por si mesmo, pelos outros e pelo mundo, isso sim torna a vida mais fácil e dá mais prazer de acordar todos os dias, colocar uma roupa, se olhar no espelho e sorrir para o dia, para as pessoas, para o mundo, para a vida.

Existe uma enorme beleza em saber que nada é estático e previsível, nem as horas, nem os anos e muito menos as pessoas, pois que se vá 2009 com a sensação de missão cumprida e que venha 2010 com a promessa de bons acontecimentos, que já estamos ansiosos, com os braços abertos e as taças cheias, prontos para brindar.

Feliz 2010!

sábado, 5 de dezembro de 2009

R.S.V.P.



De: Alguém Sem Noção
[mailto:alguemsemnocao@mundodossemnocao.com.br]
Enviada em: quinta-feira, 30 de julho de 2009 17:02
Para: A Vítima
[mailto:avitima@associacaodasvitimasindefesas.com.br]
Assunto: RES: convite!

(Para contextualizar um pouco a primeira coisa a ser feita é prestar atenção no assunto do e-mail. Notaram? É isso mesmo! O e-mail se refere a um convite da Vítima para o Sr. Sem Noção, o intuito era proporcionar um pouco de diversão ao casal, uma vez que iriam a um aniversário badalado da amiga dela. O desfecho? Leiam e tirem as suas próprias conclusões).

Legenda:
  • Em azul o e-mail do Sr. Sem Noção
  • Em vermelho os pensamentos da Vítima durante a preciosa leitura
Entendi...

Mas eu tinha que te falar uma coisa... não sei se é viagem minha, mas fico preocupado, sabe... (Não, não sei, você ainda não disse!)


A cada dia que passa eu te admiro mais e vejo o tanto que você é uma pessoa especial (que legal, fiquei muito feliz com esse comentário, muito bom saber que você pensa assim, mas você está preocupado com isso?). E não estou falando da boca para fora não.. é de verdade mesmo... (eu acredito). Acho que email não é o meio mais apropriado (então porque raio está mandando um?), mas esses últimos dias eu não consigo conversar nem com minha mãe direito... (que triste, não sabia que a comunicação entre vocês era dífícil).

O problema é que eu estou super ocupado de verdade... (percebi assim que vi o tamanho do e-mail) e acho que não estou te dando a atenção que você merece (ôpa, tá ficando esquisito esse e-mail, como assim "a atenção que eu mereço"? Tá achando por mim agora? Conselho: faz isso não, amigo!)... Além do mais, confesso que fiquei um pouco com medo do ritmo que as coisas estavam andando... (engraçado, medo? Não percebi, não achei que você tivesse com medo quando arrumou meu telefone Deus sabe com quem, quando me ligou várias vezes, quando me mandou mais de cem mensagens de texto- não é exagero -, vários e-mails, quando jantamos, almoçamos e tomamos café da manhã, quando você passava sextas, sábados, domingos e feriados comigo, isso sem contar os dias de semana. E muito menos pensei que você estivesse com medo quando me apresentou seus pais, irmãos, amigos de infância e o seu cachorro. Se isso é medo, não consigo encontrar material correspondente para qualificar a palavra coragem).

Você é uma mulher linda, super inteligente, bem humorada, amiga, culta... (ufa! Ainda bem que eu sou tudo isso e agora faço o que, agradeço?) E eu nunca gostaria de levar uma relação com alguém assim sem ter, no mínimo, algum tipo de comprometimento... (engraçado e você gostaria de levar uma relação compremetido com alguém feia, burra, mal humorada, chata e bitolada?) Aí fiquei um pouco apreensivo... muito por causa do contexto em que estamos (estamos? Pensando por mim de novo, já disse, não faz isso)... eu principalmente... provavelmente você também... terminamos namoros tem pouco tempo, etc. E começar uma coisa emendada na outra é sempre perigoso...(perigoso? Perigoso é esse e-mail).

Não sei se estou falando muita bobagem (se você não sabe imagine eu, até agora só os elogios ficaram claros), mas para mim as coisas estão tomando um rumo que não sei se é o melhor para a gente no momento (acho que isso é patológico, pensar pelos outros se qualifica como mania ou doença?) Eu sou péssimo para essas coisas de relacionamento (quanto poder de avaliação, já deu para perceber que você é péssimo)... rs... é verdade (eu não duvido, juro!)... E eu não estou em um momento muito bom para me dedicar aos outros... tenho que tomar algumas decisões importantes e prefiro ficar mais só quando estou nesses momentos de mau humor (acredite: meu humor está pior que o seu agora).
A questão é mais a seguinte (você vai conseguir ser ainda mais específico?): Gosto muito de você e te acho uma cia incrível... Acho que a gente se entende, gosta de coisas parecidas... me divirto muito quando a gente fica junto... Acho que a gente ri até das situações, digamos, embaraçosas (ainda bem que eu sou praticamente o Bozo da sua vida, isso me conforta bastante, é sempre bom ser útil)... Além disso, eu não gosto de gandaia... não tenho paciência para essas festas, e não é isso que me inspira quando estou sozinho... (você sofre de alguma doença grave?).

Mas estou com medo de aprofundar as coisas e entrar em algo que não vou conseguir manter, principalmente agora, por uma série de fatores... Assim, não sei qual a melhor forma de comportar (não sabe? Ainda não sabe? Eu vou fazer um desenho bem bonitinho para você entender. Mas pode ter certeza de uma coisa: essa não é a melhor forma).

Não queria deixar uma má imagem ou algo parecido (Tadinho, sinto te desapontar, a imagem tá péssima, bem negra!)... Estou tentando ser um pouco sincero (Ainda bem que foi só um pouco, dispenso o muito, tá?) e posso até estar falando um tanto de bobagens (não sei por qual motivo você insiste em continuar falando)... até porque não sei muito bem o que você pensa a respeito disso tudo...(acho melhor você não saber).

Acima de tudo, você é uma gracinha que eu valorizo demais (não vou nem tentar dimensionar o tamanho do valor, não iria muito longe) e não gostaria de fazer nada que de alguma forma possa te magoar...(sinto te desapontar mas o objetivo não foi alcançado. Agora se algum dia você quiser me magoar de verdade manda um telegrama).

Bem, é mais ou menos isso... (mais ou menos? Mais claro do que isso só água).

Um beijo bem grande! (este eu devolvo e espero que ele ache rapidinho o lugar para o qual eu o enviei).

FIM.
Espero que tenham apreciado a leitura.
Mas fica uma pergunta: alguém tem dúvida que estamos na Era da Tecnologia?

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Pelo direito de ser



Ia demorar mais para escrever, mas estava conversando com um amigo muito querido, que é GAY e me pediu para que eu votasse na Lei que pune quem discrimina o homossexual. Prontamente fui votar! Depois mandei um e-mail para os meus contatos pedindo que eles também votassem e recebi várias respostas apoiando a aprovação da Lei.
Durante muito tempo se difundiu a idéia do "toda forma de amor é válida" e eu queria entender em que mundo uma pessoa que ama deve ser punida por isso. Seja qualquer tipo de amor, por um amigo, por um animal, por pai e mãe, por um trabalho e assim vai. Temos diversos fatos na história que só demonstram o poder transformador que o amor tem. Então me pergunto: por qual motivo, uma pessoa que ama não pode ser aceita?

Eu tenho vários amigos GAYS e posso dizer, com toda a propriedade, que são pessoas do bem, que pagam impostos e as contas em dia, que promovem sentimentos de amor e distribuem eles pelo mundo. Isso é crime?

Já vivemos num mundo tão diverso, tão cheio de coisas que precisamos assimilar a cada segundo, tão cheio de guerras, de fome, de pobreza e não parece que as pessoas, "cristãs" que são, deveriam estar promovendo tamanho estardalhaço pelo direito de alguém ser o que realmente é.

O que vai acontecer se essa lei não for aprovada? Os gays vão apanhar? Vão existir tanques de guerra em cada esquina? Eles serão proibidos de sair às ruas? Ficarão todos em campos de concentração? Será que vai começar a existir tráfico de gays (mais um atributo para se comercializar no Rio de Janeiro)?

E se a lei for aprovada? Não acredito que algum deles vá sair na rua gritando, saltitando, vestido de plumas e paetês, que ele é "gay, gay, gay de marré, marré, marré...". Eles só estão tentando lutar pelo garantia de serem o que são, sem terem medo de serem agredidos e isso não significa afronta a nenhum tipo de cidadão.

Quem sente medo de ser assaltado, medo que o filho que saiu para a balada não chegue em casa, medo de perder um ente querido, medo de não ter dinheiro no final do mês, sabe do que eu estou falando. Imagine essa sensação 24 horas por dia, pelo simples medo de não ser aceito. Que sociedade saudável a que estão tentando criar!

Só um ser humano de mente muito estreita não consegue ver que o amor é o sentimento que mais está em falta hoje em dia e que por isso existe tanta coisa deprimente no mundo, mas estão tentando, mais uma vez, melhorar o mundo punindo o único sentimento que é capaz de trasformá-lo.

É justo proibir o direito de alguém amar?

E o que vamos conseguir em troca?

Ficam as dúvidas, infelizmente.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Ex (Amigo)




O que acontece com os homens com complexo de culpa? Me pergunto isso mesmo sabendo que a resposta é óbvia: viram amigos das ex!
Gente, alguém já informou para eles que depois de um “pé na bunda”, seja ele suave ou não, o ideal é não ter notícias do cidadão, para não dizer o que a gente tem vontade de ver acontecer (ex. cidadão morto na fogueira). Tudo bem, eu sei que ninguém é obrigado a gostar de ninguém e muito menos de assinar um contrato de amor eterno com poucas semanas juntos. Mas por respeito e dignidade, não pela pessoa oferecedora do “pé”, mas para com a pessoa oferecedora ou não da bunda, o lema é: desapareça! Não vire amigo, afinal de contas se ela quisesse ser sua amiga não teria ficado com você. E acredite: não vai ser agora que ela vai querer virar.

Nada de achar: “nossa, fulana é tão legal que eu acho que quero ser amigo dela”. Ok se você quer, problema seu, mas pense isso antes de começar toda inofensiva relação amorosa (engraçado é que tirando o “in” da palavra “inofensiva”, temos então a conhecida palavra “ofensiva” e aí começa todo o rolo, ou melhor, termina). A pessoa que foi magoada, ferida, chateada, para não dizer enganada (nem sempre é assim) não quer saber com quem você sai e deixa de sair, nem como vai o seu emprego, o projeto maravilhoso que você conseguiu entregar, o roteiro da sua viagem, o que você pensa sobre o momento político e menos ainda quem anda interessando você. É um paradoxo uma pessoa que sai com você numa semana, para um chamego a mais, virar a sua confidente, BFF, da vida inteira. Pelo amor de Deus, hein? Falta bom senso e te garanto que, da nossa, parte o que não falta é vontade de matar alguém por isso.

Uma parte ainda pior é quando a pessoa atingida não quer o menor contato com o dito-cujo e o ser humano não entende isso, permanece ligando e contando as peripécias de toda a vida e você, pacientemente escutando. Mas até quando? É difícil ser estúpida quando alguém, por quem nos interessamos nos solicita, sempre resta aquela esperançazinha, mas “resta” rima com “resto” e todos estes “Rs” só me fazem lembrar a palavra “rua”. Afinal de contas nós somos as maiores interessadas em nós mesmas. Então, sem meias palavras, o ideal é mandar pastar logo o pseudo-amigo ao lado que te incomoda.

Quanto antes você fizer isso melhor, afinal o mundo é cíclico e ele nunca poderá imaginar o dia de amanhã, quando você, recuperada do seu “tombo”, vai aparecer super equilibrada (leia-se física e mentalmente) no seu salto agulha, parecendo mais bonita, malhada e descolada do que nunca. Só não se espante se ele der uma tropeçadinha quando for falar com você, é porque o ser humano não administra tão bem as mudanças repentinas.

E você entende muito bem disso, já passou dessa fase.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Acordos


Semana de intensas pesquisas, tanto teóricas quanto práticas.

Estive pensando em escrever realmente sobre esse mundo indecifrável dos relacionamentos. Se existe uma fórmula para compreender tudo isso e evitar todo esse jogo de confusões intermináveis quem criou guardou para si e está fazendo uso disso sozinho. Quanto à nós, meros mortais, estamos fadados a entender ou pelo menos tentar conhecer um pouco do sexto oposto (se não fizer isso pode se considerar fora da corrida). É imprescindível, para não ser atropelado ou não queimar a largada, ter ao menos o manual de instruções básico. Aquele que tem em média, dependendo do caso, umas 20 regrinhas de sobrevivência. Para os mais desesperados, como no meu caso, recomendaria ler todo o manual com suas 247 páginas quase que incompreensíveis e mais: tentar compreendê-lo nas outras línguas. Afinal, mandarim está tão em alta.

Enfim, em meio a workshops com amigos de todas as cores, experiências, raças, opções sexuais e idades eu continuo sem entender o propósito das relações. Talvez fazer com que as pessoas se sintam cada vez mais enroladas e menos confiantes? Dúvida que ronda a minha cabeça há um certo tempo.

Milhares e milhares de mulheres, inclusive as minhas amigas, reclamam todos os dias das mesmas coisas. Ligam e pedem conselhos, como se eu fosse um guru dos relacionamentos, mas até hoje eu só me pergunto: “em que parte da minha vida meus relacionamentos funcionaram para que eu possa estar falando deles como verdades absolutas?”. Seria um bônus pelas experiências vividas? Então é isso, quem tem a chance de conhecer os mais diversos tipos de seres humanos do sexo masculino, pode dar mais conselhos com segurança? E os meus “pitis” inseguros, o que eu faço com eles? E as minhas noites e conversas com amigas “teorizando” a respeito do tema? Mas as pessoas escutam e simplesmente, se não as satisfaz, preferem não dar ouvidos? Pode-se aconselhar apenas por ter experimentado os mais diversos tipos de fim: desaparecimentos, desinteresses, traições, ciúmes, fugas, mágoas causadas por estresse e rotina, até gostar demais é motivo para terminar. Então eu pergunto: em que momento as relações chegam num ponto tão incompreensível que gostar demais torna-se um problema? Em que momento eu me tornei experiente apenas por ter derramado inúmeras lágrimas no meu fiel e companheiro amigo de todas as noites, meu travesseiro, até não conseguir mais chorar? As experiências devem ser válidas para que lições possam ser extraídas, mas até que ponto o que você aprendeu interfere negativamente na sua vida amorosa atual? E até que ponto o homem que “te ama” vai aceitar que você tenha se tornado uma rocha impenetrável e fria só porque os outros te magoaram? Se alguém souber as respostas, por favor, me mande um e-mail.

Mas não é assim tão simples, homens seguem um padrão e mulheres outro, normalmente chegam ao mesmo ponto, mas por caminhos completamente diferentes. Homens são mais práticos e tendem a não demonstrar tanto os sentimentos, por mais que os sintam. Já as mulheres são um pouco mais detalhistas e ainda têm, mesmo que um pouco, aquela idéia romântica de um final, ao menos, satisfatório. Ou melhor, de um não final. Isso complica um pouco as coisas, pelo menos no meu ponto de vista. Surge uma certa incompreensão e incompatibilidade nos objetivos. Mas será que as mulheres de hoje em dia, tão seguras, maduras e independentes, perdem um pouco do seu brilho e do seu valor apenas por uma titubeada?Devem ser sempre fortes? Mas achei que fingir não estava no script, levando em consideração que nem sempre nos sentimos fortes. Que muitas vezes precisamos apenas ser ouvidas e que isso não é discutir a relação e sim discutir o que nós somos. É o momento em que ficamos inseguras com nós mesmas e queremos apenas do parceiro aquele ombro amigo e que nos digam que somos maravilhosas. Afinal, é aí que o bicho pega para a gente, mas em nenhum momento vejo as mulheres importando-se em estimularem seus parceiros e mostrarem a eles que são os seus “Deuses do Sexo”, então esta prática deveria ser uma troca de favores.

Por vezes, teoriza-se tanto, tentando entender as situações mais complexas e elas continuam sem serem compreendidas. O ideal seria fazer um acordo de pré-relacionamentos, para garantir não descumprimentos posteriores. Acordos verbais já estão mais do que provados como sendo ultrapassados. Estamos na era da tecnologia e do desenvolvimento, casais não devem só fazer pactos pré-nupciais apenas para preservar bens matérias, esquecendo de levar em consideração que os bens emocionais, muitas vezes são mais valiosos e os danos causados à eles podem não ser reparados. Então deveria ser instituído um contrato pré-envolvimento, onde as partes tivessem a obrigação de serem sinceras e colocassem em pauta tudo o que desejam para o relacionamento logo de cara, sem meias palavras. E assim, com ambas de acordo, o contrato poderia ser assinado e o relacionamento seguiria em frente. Isso garantiria o sucesso do acordo, mas e o romance, onde é que fica mesmo?