quarta-feira, 20 de outubro de 2010

O que vem depois do "The End"?

Hoje estive pensando no tempo que passei sem postar: seis meses. Tanta coisa aconteceu neste período, tantas mudanças, algumas pequenas, outras grandes, mas todas significativas. Algumas vezes eu sinto que me falta capacidade para administrar tudo, sinto não caber em mim, por isso em determinados momentos busco refúgio na paz que sinto quando não estou centrada em mim mesma, mas sim nos outros. Não acho que isso seja um tipo de fuga, acho apenas que é bom olhar em volta sem o compromisso de pensar e logo ter que emtir alguma opinião a respeito seja lá do que for.
Mas as pessoas querem isso: opiniões. Sempre tive as minhas, geralmente fortes e precisas, mas hoje me perguntei algo que não sei responder, não sei aclarar, enfim, me deixou em dúvida.
O que há de tão misterioso e perigoso na felicidade?
Acredito, fortemente, que se tem medo dela, seja por não se julgar merecedor ou por se ter uma certa vocação (uma relação obscura com toques de prazer) para o sofrimento.
Existem algumas pessoas que são assim, passam a vida buscando e falam, alardeiam que querem e merecem ser felizes. Será mesmo que essas pessoas conhecem o conceito de felicidade? Será que ele existe de uma forma universal ou cada um formata para si um estilo e assim o segue? Independente do molde, da forma, acho que existe um ideal bonito de se pensar.
Uma realização ampla, em todos os aspectos da vida e a certeza mais plena de que se fez as escolhas certas nos momentos oportunos. Acredito que isso seja felicidade, mas não entendo o motivo de simplesmente algumas pessoas não aceitarem o "ser feliz".
Seria um final antes do fim? O "felizes para sempre" aparece nos finais dos filmes, de novelas, de minisséries, mas não dá para ter uma noção do que realmente acontece depois daquilo. Não nos ensinaram isso nos contos de fadas, o que realmente acontece depois do famoso "the end". Acredito que o mistério nos encante e assim não damos brecha para a realidade, deixamos de pensar como o príncipe odeia a Branca de Neve rodeada daqueles anões infernais o dia inteiro. Muito menos imaginamos a fixação que a Cinderela desenvolveu por sapatos. Incomum seria saber que na realidade o Príncipe da Bela Adormecida coloca um calmante natural no suco que ela toma toda a noite, pois já não sente por ela o mesmo desejo de antes e que a Fera acha intimamente que a Bela engordou depois que teve 6 filhos, mas tem medo de pedir que ela malhe, já que é muito geniosa. Pior ainda é o Aladdin não entender que a Jasmine adora o trabalho que faz e não tem mais tanto tempo para passear com ele no tapete mágico. Essas coisas não nos mostram, pois provavelmente se não fossem contos de fadas existiriam. A realidade jamais será completamente feliz, perderia a tal magia.
Mas ainda assim tem gente que tem vocação para sofrer, que não acha que está pronto para poder viver uma história bacana, legal e feliz. Acho que a responsabilidade que essa palavra traz é muito grande para alguns, que precisam trabalhar esta ideia pré-formatada e encarar que a felicidade é algo que se constrói no dia a dia. Deixar de lado os medos e saber que se ter a consciência do "ser feliz" hoje é algo muito raro e que merece ser cuidado. Saber que se foi premiado e que se tem sorte, trabalhar para que isso permaneça e encarar as fases da vida como as de um videogame, é preciso empenho e treino para subir de nível e o score é importante para o resultado final.
Meu conselho: admita a felicidade, aceite e trabalhe todos os dias por e para ela, pois num piscar de olhos o bonde passa, a fila anda, a janela se fecha e a história recomeça, sendo iniciada, muitas vezes, pelo arrependimento.

Soltemos, portanto, as rédeas, fiquemos atentos, deixemos os temores de lado e saibamos ser felizes como merecemos ser! A felicidade não pinta, se conquista e o trabalho está só começando.

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